Depois de meses de trabalho, o Congresso dos Deputados aprovou um relatório elaborado pela Subcomissão Parlamentar para o Estudo da Racionalização de Horários. O documento manifesta que modificar o fuso atual e assemelhar-lo ao do Reino Unido e Portugal favoreceria a organização dos nossos costumes, incrementando a produtividade de trabalhadores e estudantes. Desta maneira, se estabeleceriam uns horários de entrada e de saída para terminar com os tempos mortos da jornada espanhola.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha modificou o seu fuso horário e após ela, continuaram o exemplo França, Reino Unido e Espanha. No entanto, com a caída do regime nazi, Espanha não recuperou o fuso europeu ocidental afixado pelo meridiano de Greenwich.
Agora, esta Subcomissão apresenta recuperar o fuso ocidental para assemelhar os nossos horários ao dos vizinhos europeus e racionalizar a jornada laboral para melhorar a conciliação familiar e especialmente a produtividade e competitividade espanhola.
Uma hora mais de descanso
Esta mudança acarretaria importantes consequências no nosso dia a dia. Atualmente, em Espanha se acostuma trabalhar de jornada partida, dedicando na maioria dos casos, duas horas à comida aproximadamente.
O relatório “Conciliar pressupõe retornar a Greenwich” realizado para a Associação para a Racionalização dos Horários Espanhóis conclui que dormiríamos uma hora mais, ao descansar desde as 23 horas e não desde as 24 horas como estamos acostumados e teríamos uma jornada contínua com descanso de menos de uma hora para comer, o qual nos permitiria chegar a casa duas horas antes, ao terminar de trabalhar perto de las 18 horas.
Vantagens e desvantagens da jornada contínua
Adaptar-nos ao fuso europeu ocidental e aplicar a sua jornada contínua reduziria o tempo para comer pelo que os espanhóis não poderíamos ir a casa e deitar uma sesta. Prejudicaria esta nova situação ao nosso organismo? Se concentramos as nossas horas de trabalhar, a sesta não seria tão necessária dada que finalizaria a jornada laboral mais de duas horas antes.
Alguns especialistas como Nuria Chinchilla, do Centro Internacional de Trabalho e Família do IESE Business School consideram que devemos aplicar esta mudança uma vez que ” vivemos num jet lag permanente porque a nossa hora oficial não se corresponde com a hora solar, pelo que os nossos costumes estão alteradas. Devemos comer às 13 horas e dormir antes adaptando os nossos horários ao ciclo biológico natural, diminuindo o stress e o absentismo laboral”, destaca.
Hoje em dia, com os atuais horários a sesta contribui importantes benefícios devido ao tipo de jornada laboral em Espanha, um pequeno descanso que melhoria o nosso rendimento dado que o tempo no trabalho se alonga até às 20 horas. Nestes casos, numerosos estudos demonstraram as vantagens da sesta no nosso organismo. Recentemente, a Agência Espacial Norteamericana (NASA) analisou o comportamento dos controladores aéreos quando dormem uma sesta de 26 minutos. Surpreendentemente, o seu rendimento melhorou num 34% após dormir a sesta, vendo-se reforçado o seu nível de alerta um 54%. O doutor Gonzalo Pin Arboleda, coordenador da Unidade do Sonho do Hospital Quirón de Valência explica que “o ser humano tem como 2 ou 3 momentos durante o dia que lhe induzem ao sonho. Por isso, dormir durante um pequeno período de tempo ajuda ao corpo a suportar melhor o dia”.
Para além dos benefícios para os trabalhadores, a sesta também tem vantagens em meninos e pessoas maiores. Pin Arboleda reconhece que “nos meninos menores de 5 anos a sesta é uma prática estritamente necessária para o desenvolvimento físico e neurológico. E o mesmo acontece na terceira idade, para que os idosos aguentem melhor o dia e tenham uma melhor qualidade de vida”.
Agora fica esperar a decisão da Subcomissão e enquanto isso, manejar de maneira saudável o nosso ritmo de vida atual e, seja qual seja a sua jornada laboral, cuidar as horas de sonho. Em Pikolin, como especialistas em descanso, esta é uma das responsabilidades sociais, por isso velamos pela saúde dos nossos clientes como parte essencial da nossa serenidade corporativa.
